02 fevereiro 2007

Fw: Sem assunto

Ou: Jogando a bola pra frente sem um objetivo definido.

Finalmente, com as Contas Google plenamente integradas, seremos capazes de em um único clique impensado perder a conta do orkut, email, youtube e blog. Cada vez mais, vamos ficando bons em poupar tempo. Isso me anima, pois assim posso perder tempo escrevendo postagens inúteis.

Não que eu considere a CdF um espaço inútil. Aqui podemos vomitar todo tipo de filosofia de boteco sem muitas conseqüências mais graves que críticas infantis de fãs irados do Wolverine. Eu considero esta postagem bastante inútil, isto pelo contexto em que ela se insere. Estou digitando-a do meu trabalho, numa sexta-feira sem nada para fazer. Difícil sair algo bom disto.

Ao entrar para a UFRJ, a impressão que se tem é que um novo mundo bateu à sua porta. Depois de três anos ali dentro, você percebe que, na verdade, tudo aquilo sempre esteve ali. E que, absolutamente, não depende de você para existir. Não só a UFRJ, mas o mundo que nos cerca, e do qual nunca tomamos conhecimento porque o mais longe a que costumávamos ir era na padaria da esquina tomar guaraná morno.

E de que serve esta descoberta?

Passei a perceber minha vida não como algo que partia de mim, mas como um meio que vibra à minha volta e à de todos. E essas vibrações –por favor, me poupem do estigma da geração vibe- podem ser alteradas, mas raramente pelos seus pensamentos ou vontade. As ações é que são capazes de gerar perturbações significativas nesta trama.

E onde quero chegar com todo o papo cósmico? Vá descobrir. Consulte o título e primeiro parágrafo do texto. É um aviso.

O velho papo de “deixa a vida me levar” não serve. Nunca serviu. Pagodinho que me desculpe, mas não funciona em tempo nenhum da existência humana.

Já viu o mar agitado? Será que é possível que, num dado momento da agitação, o espelho dágua, mesmo que por milissegundos, torne-se plano e regular? Uma vez a cada bilhão de anos, talvez? É o suficiente. As vibrações da vida se alinham de forma peculiar. Certos alinhamentos acontecem diariamente. Outros levam vidas, gerações, eras inteiras.

E qual o sentido? Buscar esses alinhamentos, saber diferenciá-los? Uma tarefa quase impossível, eu diria.

Há também a opção de não desperdiçá-los. Gosto dela.

Faz uma semana, assisti “De Volta Para o Futuro”, de Robert Zemeckis e Bob Gale. Filmaço, um clássico dos anos 80. Em toda a minha vida, em grande parte na infância, devo ter assistido à trilogia –justaposta em seqüência deliberada, I, II e III- umas cem vezes. Sem brincadeira. E desta última, entendi que o filme sempre se tratou disto que estou escrevendo agora. E fiquei até satisfeito, pois os conceitos do filme, de certa forma, sempre influenciaram minha vida. É possível dizer que foi decisivo na formação do meu caráter.

Com certeza, é um filme que todos os meus filhos assistirão. Pelo menos cem vezes.

4 comentários:

Unknown disse...

Muito bom o seu texto, Franguinho.

Isadora disse...

existe uma teoria que considerando situações realmente ideais, físicas, químicas e tudo o mais, dá pra provar que TUDO está inevitavelmente escrito, sendo possível prever cada consequência de cada movimento, numa determinada situação dessas ideais.

mas, como o 'ideal' é extremamente chato, eu ainda prefiro continuar só tentando adivinhar o que vai acontecer se eu fizer isso ou aquilo, e tentar fazer da melhor maneira possível... tem muito mais graça !

e, convenhamos, o que melhor do que situações inesperadas?

Anônimo disse...

viagem no tempo, é um assunto fascinate...
e vamos unificar as contas para poupar tempo para ter mais tempo a perder com orkut e coisas do tipo...
afinal sempre sabemos o que é o melhor pra nós mas nem sempre fazemos

Unknown disse...

Muito good.

Eu tô entrando agora na UFRJ. Vamos ver o que terei a dizer daqui a três anos.