27 fevereiro 2007

Action Script

Devo confessar. Sempre que um sentimento em mim aflora, eu tenho uma incrível vontade de não ser designer e ser artista. Eu, que sempre luto contra esse título, afinal, esse é um nome tão prostituído. Mas no fundo eu sei que o que eu faço, mesmo em minha profunda e profana ironia, ainda é arte. Arte de essencia, mesmo.

Hoje eu me peguei lendo um lindo texto. Garanto que um terço da beleza do texto estava na mão de quem escreveu. Estava em imaginar aquele menino-homem de barba por fazer cantarolando uma crônica sem fim. Pude sim ouvir a voz dele ao meu lado, falando como se fosse seu testamento. Mas mesmo assim, mesmo se fosse o Bozo escrevendo o texto, seria um bom texto. Mas acredito que o palhaço não seria capaz de fazer uma crônica desse nível.

Me deu uma incrível vontade de compor dentro dos meus limites de criação. Óbvio que não faria uma sinfonia, pois não sei nem um acorde de dó no violão. Diferentemente do meu menino que toca tudo tão bem. Em sentidos sexuais ou não. E ao mesmo tempo confesso que sinto um pouco de ciumes do violão dele. O violão sempre esteve no seu colo, sempre teve seu corpo dedilhado por sua mão forte. Ele toca aquele instrumento de madeira com tanta força e tanto amor, por todo o dia, que eu invejo o violão. Queria estar em seu lugar. Mas, eu sei, que quando o violão está de lado, sou eu quem deito em seu peito. E daí em diante, violão nenhum faria melodias tão lisérgicas assim.

Pois bem. Nessa sociedade pós-moderna, eu tenho acesso a escrever e ler em uma telinha inanimada. Abri vários arquivos, afinal, eu estou trabalhando, qualquer coisa, estou lendo algo de supra importância pro design mundial. Pobre patrão. Mal sabe ele que o seu escritório não é, nem nunca será padrão de design pra sua própria cidade. Quiçá, pro mundo. Em meio aos arquivos e c0d1g0s b1nári0s, me furto de atenção e fico ali, ouvindo a voz dele... ao fim do conto, após quinze curtos minutos, que eu queria mais, me pego fechando a janela e logo em seguida um texto com os dizeres: "A classe BlurFilter permite aplicar um efeito visual de embaçamento a vários objetos no Flash."

É... a emoção acabou. Em meio a revolta e paixão, vim escrever. Antes que eu resolva me tornar uma pessoa séria e competente.

A vida de artista tem muito mais emoção... e não é tão turva.

8 comentários:

Unknown disse...

Se o trabalho for pago, não é arte.
se for utilitário, não é arte.
se não for a livre expressão do homem criativo, não é arte.
Se o madureira perder pro flamengo, não é arte.
Se você for meu amigo, não é arte.
Bléh.

Unknown disse...

Sem Obina não tem como ser arte.

Marcus César disse...

Arte que trate da parte de Marte, mate mete bote sete (é que fiquei, no meio da coisa, sem rimas).

Unknown disse...

Não cite o nome de Obina em vão, Murilo! Deus, que é o Pai do futebolista, vai te castigar se fizer isso!

Marcos disse...

olha, agora eu to no escritorio tentando tirar meu coração da tela antes q o chefe passe perto. sacanagem, isso heheheh
ai, chegou!!!
fui

obina é tudo!

@joaomarcio disse...

Marcos Paulo (o meu marcos paulo, não o marido da Helena) é mais bonito que um gol do Obina. (reutilizando uma cantada que a Lenora tomou dia desses)

(adoro escrever entre parenteses)

Unknown disse...

Mais bonito que gol do Obina (adorei isso).

Anônimo disse...

putz..rs. essa confusão... arte, design, design, arte... eu fiz faculdade de design digital, depois fiz desenho e plastica.. hj nao sei se sou designer, artista plastica ou nem-uma-coisa-nem-outra. Blahhhh.. por que é que não se junta tudo em uma coisa só? hehehehehe... adorei o blog, parabens.